sábado, 15 de setembro de 2012

Abertura da III Semana de Mobilidade. Durante a manhã do dia 15, o transporte público no DF esteve em pauta.

A III Semana de Mobilidade do DF começou nesta manhã (15 de setembro). Os painelistas realizaram uma síntese dos desafios e das possibilidades para transformar a sociedade dos automóveis em uma sociedade com mais mobilidade. Antes, porém, houve uma acolhida emocionante da Rede de Educação Cidadã (Recid), realizadora do debate, a partir da intervenção de educadoras populares que fazem parte da rede.

Durante a Semana, o "ônibus-urna" vai percorrer os debates, reunindo comentários dos usuários de transporte coletivo no DF. Todos os recados serão entregues ao Governador, após as atividades do Dia Mundial Sem Carro, no dia 22 de setembro. O objetivo é colaborar para que o DF se torne a capital da mobilidade. 





Com a mediação de Renata Florentino, voluntária do Coletivo Dia Sem Carro DF, a primeira exposição foi realizada por Marcelo Dourado, da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-oeste (Sudeco). Na pauta, o debate sobre alternativas à "indústria do pneu", conforme termo utilizado pelo palestrante. Na sua opinião, o transporte sobre trilhos é uma escolha mais adequada à realidade do DF, a exemplo do que já vem ocorrendo em cidades de médio e grande porte em diversos países desenvolvidos e em desenvolvimento. 

  



 

     


Logo depois, o Professor Harmut Günter, do Laboratório de Psicologia Ambiental da Universidade de Brasília, lembrou o quanto a discussão sobre meios de locomoção na cidade deve levar em conta não só o destino e a origem de um percurso, mas também a vivência de cada cidadão pelas ruas que percorre. Não se vai apenas de um lugar ao outro, disse o professor, quando se toma a decisão de ir de um lugar ao outro. A vida na cidade, a vida dos cidadãos, acontece em torno das coisas que acontecem entre um ponto e outro. O deslocamento começa quando se abre a porta de casa em direção à rua.


O senhor Waldir Cordeiro, de São Sebastião, realizou a terceira fala da manhã. Ele é condutor do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), mas começou sua carreira como cobrador da Viplan. Compartilhando fotos e registros do seu cotidiano profissional, demonstrou o quanto a frota "do seu tempo de cobrador" continua está circulando nas ruas da cidade, que ele agora encontra sob outra perspectiva. Na sua opinião, os ônibus em Brasília não apresentam as condições necessárias para atender a demanda dos usuários, com qualidade e, sobretudo, segurança. Sua fala foi crítica, com exemplos do cotidiano, mas bem-humorada, com comentários que, ao mesmo tempo, fizeram rir e refletir.

 

Fechando a primeira parte da atividade, Carlos Penna, autor do blog Meio Ambiente e Transporte, situou numa linha do tempo as transformações no Brasil e no mundo - política, economia, cultura - que foram criando as condições para que o carro ainda seja apontado como solução de mobilidade; mesmo em situações em que outras alternativas poderiam e deveriam ser consideradas. Projeções foram comparadas para demonstrar em que medida espaços do DF se transformaram ao longo do tempo. Numa projeção otimista, se as mudanças necessárias acontecerem, enfatizou, o DF pode, sim, se tornar a capital da mobilidade.

  

Após as exposições, seguiu o debate, conduzido pela voluntária do Coletivo Dia Mundial Sem Carro DF, Renata Florentino. A conversa continuou mesmo depois que as perguntas foram respondidas. Durante o café, oferecido aos cerca de trinta participantes presentes, painelistas e audiência postaram no "ônibus-urna" seus comentários ao Governador do DF .

   

As atividades continuam hoje à tarde, após o intervalo para almoço. Na programação, está prevista a exposição dos seguintes colaboradores: Professora Maria Rosa Ravelli Abreu (Cidade Verde, Unb), Roberto Lennox (SOS Clima Terra), Valéria Schimdt (movimento pela acessibilidade) e Renato Zerbinato (a polêmica sobre meios não-motorizados), com a mediação de André Lima, do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS).

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