sábado, 15 de setembro de 2012

III Semana de Mobilidade. Dia 15, à tarde. O direito à cidade e o direito de (re)inventar a cidade - presente, futuro.

Depois do debate realizado durante a manhã, as atividades da III Semana de Mobilidade do DF foram retomadas à tarde, a partir das 14 horas. Outros colaboradores compartilharam idéias e dúvidas sobre como tornar o DF a capital da mobilidade. Mas antes das exposições, foi exibido um trecho do documentário "Sociedade do automóvel", de Branca Nunes e Thiago Beniccio. O vídeo discute a cultura do carro e suas conseqüências em diversos setores da vida contemporânea. Além de casos, estatísticas e depoimentos, o documentário faz referência ao desenho do engraçado personagem Pateta, famoso pela sua tranquilidade, que, ao dirigir um automóvel, vai se tornando mais agressivo e estressado.       




 



Após a exibição do documentário, educadoras populares da Rede de Educação Cidadã (Recid), realizadora do debate, lembraram uma poesia de Fernando Pessoa, para inspirar as atividades da tarde. Depois dessa intervenção, o debatedor André Lima, do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), apresentou os painelistas. 


 



A Professora Maria Rosa Ravelli Abreu (Cidade Verde, Unb) resgatou as noções de direito e de cidade. Ela destacou o quanto as duas compreensões se transformaram ao longo da história. Hoje os dois conceitos estão profundamente associados à idéia de mobilidade. Não é possível exercer o direito à cidade, e nem mesmo reconhecê-lo como tal, se o acesso ao espaço e ao que acontece na cidade implicar restrição de mobilidade. 

Sua fala se conectou diretamente à fala seguinte, de Valéria Schmidt, que colaborou com o debate compartilhando exemplos cotidianos da sua experiência como cadeirante no DF. No próprio auditório 2 do Museu Nacional, onde estava acontecendo o debate, do qual Valéria participava como painelista, somente escadas permitem o acesso do auditório ao palco. Valéria, que também é ativista pelos direitos da pessoa com deficiência, reivindicou a existência de um estatuto específico e protestou contra projetos que não levam em conta a mobilidade de pessoas com deficiência.



As duas exposições seguintes, embora focadas em pontos diferentes, problematizaram o impacto das escolhas  individuais no modo de se deslocar pela cidade: impacto ambiental e impacto no modo de se apropriar da cidade.

Robert Lennox (SOS Clima Terra) situou a problemática ambiental que a escolha de mobilidade pelos automóveis implica. Apresentando um conjunto de informações sobre o quadro geral da questão - estatísticas, proporções, equivalências -, sua fala ponderou sobre a urgência de ações que respondam à comprovação das emissões veiculares como a segunda maior causa mundial de gases de efeito estufa jogados na atmosfera. Sua problematização do impacto ambiental do automóvel no cotidiano também contempla os efeitos negativos na saúde e na qualidade de vida na cidade. 


A problematização desse assunto vai continuar em outros debates na III Semana de Mobilidade do DF. Na quinta-feira, dia 20, no Centro de Convenções, estão previstas duas atividades no Auditório Águas Claras: 
- às 14hDebate: Ciência: Interconexão da Mobilidade com Meio Ambiente, Saúde e Economia - realização do SOS Clima Terra; 
- e às 19hOs desafios da Mobilidade Urbana: para onde vamos?, realização do Instituto Democracia e Sustentabilidade . (IDS)

Fechando o debate, Renato Zerbinato, assessor parlamentar e voluntário do Coletivo Dia Mundial sem Carro DF, compartilhou sua vivência cotidiana como ciclista no DF. Morando em Brasília há três anos, citou as dificuldades que encontra para se locomover, comparando as soluções encontradas para as mesmas situações na cidade de São Paulo, onde morou anteriormente. Problematizando o conceito de "não-motorizados", realizou um contraponto entre bicicleta e skate, meio que também utilizava em São Paulo. Ele destacou que o uso do skate também é uma apropriação do espaço urbano, mas que a bicicleta é o meio que permite maior controle nos desfechos aos longo do percurso. Os dois são veículos não-motorizados, porém, não podem ser abordados sob a mesma perspectiva de mobilidade e de cidade. Em sua fala, também pontou em que medida andar de bicicleta pelas ruas, em meio aos carros, é uma experiência diferente no que se refere à "posse" da cidade pelo indivíduo, se comparada  a andar de bicicleta pelas ciclovias.

 


Com a realização das atividades de hoje, dia 15, manhã e tarde, a III Semana de Mobilidade do DF começou. Veja aqui a Programação completa. Participe. 

Vá de bicicleta para as atividades da III Semana da Mobilidade do DF.

NESTE DOMINGO, 16.

- Pela manhã, a partir das 8h, acontece o "Rodas no Eixo"
Com teatro educativo realizado pelo Detran, oficinas para aprender a andar de bicicleta (Bike Anjo) e muito mais. O "ônibus-urna", que vai levar mensagens sobre o transporte público ao governador, também estará lá. (Todos os recados serão entregues ao Governador, após as atividades do Dia Mundial Sem Carro, no dia 22 de setembro. O objetivo é colaborar para que o DF se torne a capital da mobilidade).

- À tarde, a partir das 17h, Passeio ciclistico rumo ao Festival Puro Ritmo
no Memorial dos Povos Indígenas. Chegada: ver o pôr do sol na Praça do Cruzeiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Confira a Programação. Participe.
Fale com a gente no blog,
no Twitter @DiaSemCarroDF
no email DiaSemCarroDF2012@gmail.com
e no Facebook